domingo, 24 de maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009
A Intervenção Necessária na Zona Histórica

O recente abaixo-assinado enviado aos partidos políticos pelos comerciantes da zona histórica de Alcobaça é mais um alerta para a asfixiante situação por que passam actualmente.

Na sequência da aprovação, por unanimidade, pela Câmara Municipal de Alcobaça, da mudança da circulação do trânsito na zona histórica, vêm ao de cima a incapacidade e a falta de vontade do executivo municipal para promover as necessárias iniciativas conducentes à alteração da situação de fuga do centro histórico.

Quando a requalificação da zona envolvente do Mosteiro não foi acompanhada com projectos e propostas de revitalização dos espaços, iniciou-se um período no qual o comércio daquela zona tem vindo a sofrer para além dos efeitos da crise que atravessamos.

E é assistir ao encerramento de estabelecimentos, à ausência de clientela, ao continuado agravamento do estado de prédios urbanos, ao abandono de parte destes. É assistir, afinal, ao chamado “efeito donut” que se traduz na fuga dos habitantes do centro para a periferia. Mas este efeito é o resultado de uma ausência de intervenção pensada aquando da requalificação da zona envolvente do Mosteiro e que teima em não surgir.

Uma obra que custou mais de cinco milhões de euros e que deveria entusiasmar os alcobacenses resultou num divórcio entre estes e aquela.

Mas são os comerciantes, de forma mais acentuada, quem sente a falta de iniciativas e medidas concretas para atenuar o impacto negativo de tal obra.

A zona histórica de Alcobaça é, hoje, um espaço a gritar por intervenção. Quer no plano cultural, com a necessidade de realização programada e regular de eventos, quer na procura de soluções para o trânsito, com evidente necessidade de criação de bolsas de estacionamento como propõem os comerciantes quer, ainda, no plano urbanístico, onde se deve começar por incentivar os proprietários a inverter a situação de degradação de muitos prédios.

A zona histórica não tem, sequer, sinalética informativa suficiente para quem, procurando o património mundial, quer entrar, sair e usar o espaço que contempla. Não tem, sequer, acessos para pessoas com mobilidade diminuída ou ausente.

Compreende-se, pois, que quase cem comerciantes tenham assinado um documento pelo qual, mais uma vez, chamam a atenção para a sua precária situação.

E, nos tempos que correm, já não são apenas os comerciantes os atingidos. São atingidas, também, as pessoas que os comerciantes são.

Resulta, pois, evidente, a urgência de intervenção na zona histórica da cidade. O que não é possível é ir adiando essa intervenção, na expectativa de que as coisas se resolvem por si. Sob pena de, nesta passividade, assistirmos ao fim de uma zona que se quer viva.


José Acácio Barbosa

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