A maioria PSD na Câmara Municipal de Alcobaça pretende, uma vez mais, decidir à revelia dos munícipes em assuntos de extrema importância, a três meses de eleições.
Sem ouvir ninguém, sem ideias em confronto e avançando para uma expropriação que poderá rondar mais de um milhão de euros.
Com uma acção em tribunal, intentada pelo eventual expropriado, cujo pedido de indemnização diz-se atingir quase quatro milhões de euros por alegados danos com as obras de requalificação da zona envolvente do Mosteiro, seria de bom senso, no mínimo, que esta esgotada maioria PSD se desse conta dos milhões de euros que foram gastos sem que se vislumbre um aproveitamento para o concelho.
Os negócios da Quinta da Serra (5,5 milhões de euros), da Quinta do Vale da Cela (3,5 milhões de euros) e os milhões da requalificação da zona envolvente do Mosteiro não parecem ser suficientes para que o executivo municipal ouça as pessoas a quem as obras se destinam.
A três meses das eleições autárquicas, a Câmara Municipal continua a esquecer as pessoas. E não chegam belos discursos e múltiplas conferências, anunciadas de véspera, para fazer crer o contrário.
A apresentação do estudo prévio do projecto de requalificação dos terraços na margem esquerda do Rio Alcôa, à Rua D. Pedro V, é uma decisão fora de tempo porque próxima das eleições e é uma decisão precipitada porque mais uma vez prescinde da discussão pública.
Com a falta de estacionamento na zona histórica não faz qualquer sentido impor uma decisão para aquele espaço sem que, pelo menos, se esgote a possibilidade de encontrar, no confronto de ideias, uma solução que também permita o estacionamento.
A expropriação agora anunciada é, também, contraditória com a vontade manifestada durante doze anos. Três mandatos a dizer não para, a três meses das eleições, dizer sim!
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